Diálogo e confiança são a base educacional de David Rhor
O supervisor pedagógico da Escola Maria Imaculada é apaixonado pela profissão e enxerga na educação o poder para formar o caráter dos alunos
David Rohr é supervisor pedagógico da Escola Maria Imaculada desde fevereiro deste ano. Começou sua vida profissional na área do Direito, mas com o tempo compreendeu que a profissão não lhe dava mais prazer, não havia mais o mesmo brilho do começo. Foi quando descobriu a paixão pela Pedagogia e correu atrás de uma nova realização pessoal.
Apaixonado pela família, pela vida, por jiu-jitsu e cultura viking, David Rhor demonstra uma ideologia educacional que busca sempre se fundamentar no diálogo e na confiança entre educador e aluno. Ele reencontrou na Pedagogia o prazer em uma profissão e realização de um sonho.
O interesse por educar
Sua paixão pela educação ganhou força graças a duas pessoas importantes em sua vida: sua tia e sua esposa, ambas educadoras. “Minha tia é professora de português e sempre tive contato com ela, é uma pessoa magnífica, me ajudou muito, não só financeiramente como ajudou nesse meu processo de formação, desde o ensino fundamental. Principalmente no meu ensino médio, que eu lembro que tinha muita dificuldade com matemática, e ela mesmo sendo professora de português, ia aprender para poder me ensinar”.
Outro grande estímulo partiu da inspiração pelo trabalho orgulhosamente desempenhado pela esposa. “Sempre foi assim, se eu perguntasse para ela como foi o dia, ficava umas duas horas, sempre com aquele sorrisão, sabe? Se perguntasse do meu, a resposta era sempre a mesma, sem muita graça, porque muitas coisas do Direito eu acho chatas”, afirma.
Em determinado momento, um amigo o convidou para trabalhar em uma escola, e foi onde tudo começou. Com o desafio aceito, o primeiro ano foi para compreender o novo cenário e o processo para conquistar os alunos. “Passei a pensar como eu ia trazer os alunos para mim, como eu faria para gritar menos e agir muito melhor, fazer com que eles trouxessem seus problemas, procurar resolver as coisas antes que acontecessem, tudo na confiança que eu tentava passar”.
Após esse primeiro ano de experiência, David decidiu dar uma pausa na carreira de advogado, iniciou um curso de Pedagogia, formou-se e percebeu que essa era o seu propósito de vida. “Professor é um cara que gosta do que faz. Já conversei com muitos e tu vê nos olhos que eles gostam da profissão, apesar de todos os problemas, principalmente a questão salarial”.
Educação
“Sempre me chamou muito atenção essa questão do professor, essa pessoa que faz de tudo para ensinar. Tem uma frase que eu acho muito bom levar para os professores: seja aquilo que tu gostaria de ser. As aulas não precisam ser tão duras, dá para ter coisas bem legais”. David acredita que o educador não precisa ser uma pessoa autoritária. Muito pelo contrário, ele defende um método de educação na qual o aluno é conquistado com a palavra, com o respeito e amizade do dia a dia.
“Vai lá no 9º ano. Tem uns 30 alunos. Eu chego lá e todo mundo presta atenção em mim. Eu precisei gritar? Claro que não. Isso é uma coisa a ser desenvolvida, eu faço praticamente um trabalho teatral, o cara tem que entrar num personagem. Assume aquele papel de educador que precisa de silêncio agora. Deu, beleza? Agora vamos conversar, e todo mundo ouve. Tem a ver com a afetividade que tu passa para os alunos, o carisma, e fazer com que eles saibam que podem contar contigo”.
“Temos que fazer com que o aluno traga os seus receios, os seus porquês, e trabalhar em cima disso, pra fazer ele voltar aqui. Ele precisa ter um lugar onde ele vá depositar as coisas dele. Ele precisa de alguém pra bater papo”.
Chegada na Escola Maria Imaculada
O principal papel do supervisor pedagógico é manter um contato direto com os professores. Mas David vai além e busca estabelecer relações com os alunos. “Todo dia que estou aqui eu vou nas salas, dou bom dia, converso sobre maturidade e comportamento. Em tese, são coisas que o supervisor não faz, mas eu faço questão de atender essa perspectiva de mediação entre os dois mundos, professores e alunos. Os alunos são bem queridos, quase não vejo problemas. Eles estão vindo me procurar aos poucos, eu tenho sentido bastante isso”.