A Escola Maria Imaculada tem um Clube de Ciências
O trabalho interdisciplinar desenvolvido pela bióloga Fernanda Schwalm tem por objetivo sensibilizar os alunos sobre problemas socioambientais
A Escola Maria Imaculada sempre se caracterizou por oferecer a seus alunos atividades extracurriculares. Focamos nossos esforços para garantir uma educação completa a todas as idades. É com esse pensamento que criamos, em maio, o Clube de Ciências, para que alunos do 6º ano possam compreender a importância de preservar o meio ambiente.
O Clube de Ciências surgiu do projeto de mestrado de Fernanda Schwalm, bióloga licenciada e pós-graduanda em Educação Ambiental e Sustentabilidade pela UFRGS. O projeto garante a interdisciplinaridade que a Escola Maria Imaculada tanto busca para seus alunos, pois trabalha com temáticas ambientais de forma sistêmica. “O objetivo é sensibilizar os educandos frente aos problemas socioambientais, alertar sobre essa inter-relação que existe entre o homem e a natureza. Os alunos constroem o seu conhecimento por meio da pesquisa, estimulando o pensamento crítico, a alfabetização científica e o trabalho coletivo”, afirma Fernanda.
Para a pesquisadora, o Clube de Ciências representa um espaço de troca de saberes, de trabalho em equipe, de amizade e de respeito, o que torna a aprendizagem significativa e emancipatória. Isso fica muito claro a partir do momento em que foi dada aos alunos a oportunidade de tomar todas as decisões em relação ao Clube. “Tivemos eleições para que seja sempre uma questão democrática. Começou o Clube, eles tiveram uma atividade para escolher o nome, Inovadores da Ciência, e o logotipo. Tudo partiu das ideias deles e foi feita uma votação com toda a comunidade escolar”.
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Em paralelo a isso, iniciaram-se pesquisas a partir da observação do bairro, levando em conta questões como alagamentos e lixos nas ruas. Os alunos começaram a estudar e buscar informações sobre o que acontece com o lixo em casa, para onde ele vai, quem busca, quem faz a triagem, seleção do que é e o que não é reciclável, as diferenças entre lixão e aterro, quais os problemas gerados pelo lixo, etc.
Fernanda garante que o aprendizado vai além do cuidado com a natureza. “Aprofundamos também as questões das desigualdades sociais, o consumo insustentável, buscamos entender por que produzimos tanto lixo, saber qual foi a principal influência social para o surgimento da sociedade atual. Então, a gente vai estudar o capitalismo, o surgimento da industrialização no século XVIII. É um trabalho interdisciplinar, pois envolve a parte de tecnologia, de ciência e da sociedade”.
O Clube de Ciência não tem nenhum tipo de avaliação tradicional. Então, para mensurar se os alunos estão aprendendo, Fernanda utiliza o que chama de Diário de Campo. A proposta é que sempre depois dos encontros eles escrevam o que aprenderam e o que sentiram. “Porque tem também um enfoque bem voltado para o desenvolvimento da inteligência emocional. Então, eles têm que expressar o que sentem, se gostaram da atividade, se gostariam que fosse diferente. Isso também ajuda a melhorar a escrita deles e a capacidade de se comunicar. Com a coleta tenho percebido resultados muito positivos”.
Os encontros são semanais. Ocorrem às quartas-feiras, das 14h às 15h30, nos espaços oferecidos pela Escola: pátio, sala de aula, laboratórios de informática, biblioteca, sala de vídeo, sempre de acordo com o tipo de atividade que será feita. O Clube de Ciência vem ensinando os alunos desde maio, e a proposta de Fernanda é que continue para os próximos anos. “Os alunos gostam muito, eles levam isso para casa, para os seus pais, irmãos, tios”, conclui.